sábado, 26 de setembro de 2009

Ponto Final


Jamais deixaria que acontecesse
Jamais esperaria que se fosse
Jamais dançaria aquela canção
E daquela água que destes não desejaria uma porção.

Trouxe flores, com sua primavera
Calor humano com seu verão
Um dia suas pétalas murcharam e suas flores secaram
Seu calor esfriou seu sol se pôs
Sua primavera e verão, destruídos pelo outono e inverno estão.

Eis aqui o mero tchau
Sem flores, sem sol,
Sem água ou canção
Fora a não muito minha exclamação
E o que restou para o agora foi o ponto final.

Mãos


Os dez que fazem parte de um
Que despertam sensações de prazer e dor
Um gesto doce, estendido a uns
Ou agressivo e doloroso a outros
Alguns são grossos
Outros delicados
Finos, compridos
Curtos, pequenos
Que cuidam
Que estragam
Que salvam
Que matam
Marcas profundas de toda uma idade
Contam histórias que a vida deixou
Cada qual com sua beleza
Cada qual com seu horror

E se perguntarem por mim
Digam apenas que sou o tempo
E que simplesmente passei!