sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Começo


O começo é algo cercado de expectativas
como uma criança que nasce e é amparada de todos os lados
para que possa dar os primeiros passos e decolar na vida!

Lábios Partidos


Um dia sozinho
Você vai lembrar
Das palavras escritas
Soltas no ar
Momentos bons de uma vida
Só vão questionar
As linhas escritas
Que se esqueceu de apagar

Na gaveta esquecida
Lápis e papel
Costas no chão
Pensamentos no céu
Suavemente chegou
E aos poucos se tornou
Meu mais esperado abrigo
Que de todas as flores, cores e amores
És o meu preferido

E nesse dia quem sabe
Na doce calada da noite
Seus olhos vão me procurar
E talvez me questione
Com seu jeito de amar
Por onde andou seu coração?
E com a maior simplicidade
Quando tuas mãos eu achar
Responderei pra ti com os lábios partidos
Perdido até te encontrar


Obs. Escrito por: Gabriela Araújo e Carla Scarpellini.

sábado, 26 de setembro de 2009

Ponto Final


Jamais deixaria que acontecesse
Jamais esperaria que se fosse
Jamais dançaria aquela canção
E daquela água que destes não desejaria uma porção.

Trouxe flores, com sua primavera
Calor humano com seu verão
Um dia suas pétalas murcharam e suas flores secaram
Seu calor esfriou seu sol se pôs
Sua primavera e verão, destruídos pelo outono e inverno estão.

Eis aqui o mero tchau
Sem flores, sem sol,
Sem água ou canção
Fora a não muito minha exclamação
E o que restou para o agora foi o ponto final.

Mãos


Os dez que fazem parte de um
Que despertam sensações de prazer e dor
Um gesto doce, estendido a uns
Ou agressivo e doloroso a outros
Alguns são grossos
Outros delicados
Finos, compridos
Curtos, pequenos
Que cuidam
Que estragam
Que salvam
Que matam
Marcas profundas de toda uma idade
Contam histórias que a vida deixou
Cada qual com sua beleza
Cada qual com seu horror

E se perguntarem por mim
Digam apenas que sou o tempo
E que simplesmente passei!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Oposto


Sou da cor do vento
Em cada espasmo
Sou o pensamento

Hora sou saudade e amor
Que revigora
Hora sou decepção e rancor
Daquele que chora

Sou o fim do arco-íris
A canção infundada
Sou o ter e crises
O canto da amada

No acalento da noite
Sou o que te esquenta
O sopro mais intenso
Sou a guerra mais sangrenta

Sou hora sim hora não
Sol e Lua
O saber e a solidão
Sou lar e rua

Sensação encantadora
Silencio e nostalgia
Daquela criança sou um espelho
Uma doce alegria

Que não esperem de mim
Grandiosas canções
Hora sou vibrante
Hora vazios vagões!

domingo, 17 de maio de 2009

Dos gostares


Eu gosto do teu cheiro
Do teu abraço apertado
Do teu olhar vacilante
Do seu sorriso enviesado.

Gosto do timbre da sua voz
Das tuas mãos
Do gosto da sua boca
Dos seus sim's e não's.

Gosto do teu cabelo
Do seu movimento
Das suas manias
De como demonstra sentimento.

Gosto da maneira como pensa
De como encara as coisas
De como me observa em cada momento
Gosto dos seus olhares
Dos teus mais sutis fragmentos

Eu gosto das tuas ideias
Dos teus gestos e sons
Gosto dos teus bons modos,
De todos os defeitos e dons

Gosto da espera
Da demora dos nossos beijos
Gosto do teu toque
Da real fantasia que me vejo

Gosto ainda da saudade que sinto
Dos momentos em que não te tenho
Pois sei que ao passar dos minutos, distantes
E mesmo com dores lacinantes
Nosso futuro é certo, e o para-sempre, eterno!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Das Nuances


Nos luares em que vejo
E dos tentares e pensares
Dentro daquilo que não sei o que são
Ao desiludir os demais
Daqueles que sabem aonde vão

Sou o abismo mais profundo
Da guarda e resguarda a lentidão
Dos passos mais longíquos sou a saudade
Dos eu's líricos que já não sei aonde estão

Dentro de dentro
No fundo do fundo
O nada e o vazio lutam entre si
E apesar do muito que se estende
Não prevalece aquele que por hora estava ali

Dos saberes a questão
Das saudades a lembrança
Para ser o olhar puro e ingénuo
Marcado e em lágrimas
Da mais bela e pura criança

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Das Mudanças


Se soubesse ainda falar
De tudo aquilo que passou por mim
De todos que um dia eu pude amar
De tudo que acreditei não ter fim

Ainda assim seria pouco
Diante tudo que hoje vejo
O senso de opinião para mim é válido
A montanha mais alta, agora é desejo

Pensei então no que estaria por vir
Em tudo que um dia iria buscar
A solidão que tanto me amedrontava
Agora é um conforto que me faz sorrir

Meus olhos não são mais os mesmos
Minhas feridas estão estancadas
Embora tudo pareça aos avessos
A minha vida seguramente, seguirá traçada

Eu quase posso apalpar meus sonhos que gritam
Longe, tão distantes os percebo
E tudo aquilo que mal me fazia
Degraus a mais farei com que sejam

E dos cactos profundos que aguardam
Eles serão rosas vermelhas e sem espinhos
Pois tudo que preciso tenho a meu lado
E os demais, os deixo para trás, em um submundo, apertadinhos.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Das Lembranças



Já não sei mais
Das coisas que ficaram para trás
Dos sorrisos, que o tempo apagou
Das marcas que o tempo me deixou.

Já não busco mais
As velharias que eu tanto ansiava
As vozes que eu tanto escutava
As antigas coisas boas, que agora não são mais.

Já não vejo mais
Os mesmos rostos de antes
As mesmas paisagens à fora
As mesmas estrelas
Aonde será que estão agora?

Posso ainda recordar
Das coisas, dos sorrisos, das marcas
Das velharias, das vozes
Dos rostos, paisagens e estrelas
Em algum lugar dentro de mim, sei que irão estar.

A mudança por fim chegou
O que era velho novo se fez
O que era dolorido cicatrizou
O que era quatro agora é três!